terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Licenciamento Ambiental

História

Dos pontos de vista ambiental, econômico e social, o período entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970 foi marcado pelo despertar dos países desenvolvidos com relação à qualidade de vida dos habitantes de todos os habitantes do planeta, pobres ou ricos, afetados pelas implicações globais que o consumo desenfreado de recursos naturais, aliado à poluição ocasionada pelo descontrole das emissões de gases e resíduos realizados indiscriminadamente na natureza.

Assim, nasceu em 1968 a expressão e o conceito de “desenvolvimento sustentado” na Biosphere Conference, em Paris, um modelo de desenvolvimento econômico que levava em consideração a disponibilidade dos recursos e as implicações que seu consumo desenfreado traria à longo prazo. Em 1969 os EUA lançam sua National Environmental Policy Act, a Lei da Política Ambiental Americana prevendo entre outras regras, a Avaliação de Impacto Ambiental (Environmental Impact Statement – EIS) para projetos, planos, etc. de intervenção no meio ambiente.

A onda de racionalização de recursos e minimização de impactos ambientais culminou com a Primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em 1972, com vários debates formais sobre os temas, com a ordenação de estudos sobre a qualidade de vida e do planeta.
Esta onda ambientalista trazida pela primeira conferência não foi vista com bons olhos pelos líderes dos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, onde as questões ambientalistas estavam em segundo plano uma vez que, diante dos altos índices de pobreza, desnutrição e analfabetismo, frear a economia e o desenvolvimento econômico seria, sob a ótica conservadora destes governantes, uma sentença de eterna subserviência aos países do chamado “primeiro mundo”, os verdadeiros culpados pela desestabilização da Natureza.
Porém, a ONU, por meio de seus braços financeiros, incorpora mecanismos e parâmetros para a liberação de recursos à título de empréstimos que visem novos projetos. A avaliação de impactos ambientais é um deles.
No Brasil do final da década de 1970 e início de 1980, os empréstimos junto ao BIRD e ao BID eram cruciais à efetivação de projetos extremamente necessários, como as hidrelétricas de Sobradinho e de Tucuruí, entre outros. Mas para receber tais recursos, estudos de impacto foram realizados em conformidade com as exigências internacionais, uma vez que o país não possuía suas próprias normas.
Diante desta situação de submissão às normas estrangeiras, muitas vezes em dissonância com nossa biodiversidade e peculiaridades ambientais e com o agravante de estarmos sob uma ditadura militar extremamente nacionalista, passou-se a perseguir nossa própria regulação. Assim, em agosto de 1981 é editada a Lei 6.938, que criou a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA.

Licenciamento Ambiental

A PNMA, sob o objetivo principal de “preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana [...]” (artigo 2º), veio conceituar temas como: meio ambiente, degradação da qualidade ambiental, poluição, poluidor etc. e previu nos incisos II e III de seu artigo 9º e em seu artigo 10º a necessidade de Avaliação de Impacto Ambiental e de Licenciamento Ambiental e sua revisão, para atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.
A regulamentação desta lei, com as exigências básicas para fins de licenciamento ambiental, foi feita por meio do Decreto 99.274/1990. Isto significa que, por mais nove anos, o país permaneceu acompanhando as normatizações internacionais.

Outros sete anos se passaram até que os critérios básicos para os estudos de impacto ambiental e respectiva licença ambiental viessem a ser fixados, com o advento da Resolução CONAMA 237/97. As atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental foram então especificados. Para estas atividades, os pedidos de licença passam a ser obrigatoriamente divulgados e acompanhados de prévio estudo de impacto ambiental e de um relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), expostos à apreciação pública.
Com o advento da Resolução 237/97, estados e municípios tiveram um “norte” e passaram a estabelecer suas próprias regras, desde que não ocasionassem conflitos com as determinações federais.

POR QUE LICENCIAR?

Seria muito simples se respondêssemos: “Porque é obrigatório!” Aliás, a maioria esmagadora do empresariado tem nesta resposta a única razão que os impelem ao procedimento correto. Mas o verdadeiro motivo vai muito além da obrigação legal...

Possuir uma licença ambiental significa (ou deveria significar) que se está enquadrado dentro dos parâmetros legais exigidos, os quais têm como premissa não permitir: a degradação ambiental com a poluição dos solos, das águas e do ar; o uso indiscriminado dos recursos naturais e; expor ao risco o equilíbrio dos ecossistemas e de seus integrantes, incluindo-se aí o homem.

Portanto, possuir uma licença ambiental significa estar em harmonia com o meio ambiente, contribuindo para que esta e as demais gerações futuras possam dele usufruir.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Tempos Modernos

No início do século 20, Charles Chaplin, de forma contundente e realista, mas de forma cômica e inteligente, nos transporta à outra face do desenvolvimento, representado pelas linhas de produção fabris.


Esta era a visão dos tempos modernos vividos àquela época: Opressivo e desumano aos operários, cujo serviço braçal possibilitava às classes mais abastadas usufruir das novas tecnologias, enquanto eles, além de serem, por falta de recursos, excluídos naturalmente do acesso ao conforto produzidos por eles próprios, a insalubridade e a falta de segurança nos locais de trabalho acarretavam uma abreviação na longevidade e expectativa de vida. Simbolicamente, as linhas de produção representam também o consumismo, a necessidade de se produzir mais, o mais rápido possível, para que o retorno financeiro também seja breve. Tem-se paralelamente a extração de recursos naturais de forma cada vez mais frenética e ensandecida com, obviamente, a descomunal geração de resíduos, tanto por parte das empresas quanto pelos consumidores.

Quase um século se passou e centenas de leis trabalhistas foram, aos poucos, minimizando esta situação de subserviência até chegarmos aos dias atuais onde, se o atual compêndio de leis nacionais e internacionais forem devidamente cumpridas, o trabalhador pode alcançar uma vida digna.

Mas, e hoje... O que podemos entender por "Tempos Modernos"? Ou seriam "Tempos Pós-Modernos"?

Hoje a modernidade é efêmera, no sentido de que toda a tecnologia desenvolvida também é ultrapassada com a mesma velocidade com que outra é desenvolvida. Mas esta rapidez com que um produto se torna melhor ou "mais avançado" do que outro é proposital, visa apenas a manutenção do consumo e consequente lucro.
Por trás da necessidade de consumo existem outros agravantes:

- a necessidade de ter algo da moda para ser ou fazer parte de um grupo;
- a necessidade de adquirir algo on line com comodidade e conforto, sem precisar andar por ruas e lojas ao ar livre;
delivery, fast food, praças de alimentação e shopping centers são algumas das opções de um tempo moderno onde o sedentarismo e a futilidade imperam.

Então entendemos que, hoje, "Tempos Modernos" tem a ver com menos coletividade, saúde e socialização, mais individualismo, sedentarismo e enclausuramento. Portanto, os "Tempos Pós-Modernos" do século 21 são sinônimos de Distopia:

DISTOPIA: Em Filosofia, significa o oposto de utopia. A distopia é um pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos. Normalmente tem como base a realidade da sociedade atual idealizada em condições extremas no futuro (www.significados.com.br).

Alguém aí assistiu ao filme/animação Wall-e? Vejam um trecho:




Seria exagero achar que nossa humanidade caminha para esta situação? Vejam alguns dados atuais:


O mapa demonstra claramente uma proporcionalidade entre o índice de obesidade e os hábitos consumistas e suas condições de vida.

Neste final de semana passado fui com minha esposa até um Shopping Center da Zona Norte de São Paulo (hábito que tenho verdadeiro pavor) pois ela queria comprar um determinado produto.
Aproveitamos que ali estávamos e acabamos almoçando... Foi aí que veio-me a ideia de escrever algo.
Em determinado momento, enquanto comíamos uma comida razoavelmente saborosa e razoavelmente cara, percebi que uma coisa começava a irritar-me: O RUÍDO. Pessoas falando alto e ao mesmo tempo, enquanto que uma música ininteligível toca no fundo com pitadas frequentes de uma voz em um alto falante procurando o proprietário do veículo tal, placas tal...
Esta minha refeição foi inesperada, coisa rara de acontecer MESMO; mas sei muito bem que diariamente milhares de pessoas têm nisso um hábito. E foi naquele momento que comentei com minha esposa:

"Qual o nível de conformismo ou de acomodação no qual chegou o ser humano em fazer compras e, na mais pura preguiça de se dirigir a um local mais reservado, fazem ali mesmo sua refeição? A refeição é uma das raras necessidades fisiológicas que fazemos com prazer. Será que em suas casas, as pessoas acostumadas a essas praças de alimentação, convivem durante suas refeições com tais ruídos? Começo a preocupar-me com isso, com esses vícios dos "Tempos Pós-Modernos". Sou de um tempo em que o prazer de se comprar algo estava também em caminhar pelas ruas, pelos calçadões, ao ar livre e, depois, caminhar até um cinema, assistir a um bom filme, um bom jantar..."

Seria interessante que alguém pudesse comentar à respeito, pois isto é apenas a MINHA opinião. Talvez alguém tenha outro ponto de vista ou, quem sabe, o lado positivo sobre esta compulsão por enclausurar-se, ser servido como um animal com dinheiro por pessoas automatizadas, escravos com carteira assinada de sorriso "paraguaio" (ou ching ling). Ou talvez o medo e os índices de criminalidade tem "atocaiado" as pessoas nessas arapucas.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Uma reação contra a obsolescência programada.

Nós, cidadãos decentes, trabalhadores, estamos cansados de sacrificar nossas vidas para alimentar os vícios do capitalismo e os vícios (dos) políticos.
Esta matéria da revista ISTOÉ e seu respectivo assunto vêm no exato momento em que há um cheiro de mudanças no ar:


Na sociedade atual, globalizada e desvairada, habitam seres que anseiam, necessitam desesperadamente de INCLUSÃO SOCIAL. Mas existem dois tipos de inclusão social:

a) A inclusão social do ponto de vista HUMANÍSTICO: aquela possibilitada pelo poder público ou por algumas instituições ou fundações assistenciais, que permite o acesso de pessoas sem posses ou empregos (os "excluídos") a uma vida mais digna;

b) A inclusão social do ponto de vista FÚTIL: aquela que permite o acesso de pessoas a círculos sociais por meio do consumo desenfreado de produtos, artefatos ou serviços absolutamente desnecessários à existencialidade ou à real necessidade, apenas para poder ser aceito em determinados círculos de amizade, sociedade ou grupo.

- Como você se sente quando alguém fala: "E aí... Não vai trocar esse celular?"
- Ou então não sente uma invejazinha super hiper velada quando um colega diz: "Meu, comprei um HB20 da hora... ?"
- Se sente mal por alguém reparar seu tênis velho, mas sem nenhum furo?? Fica com uma "coceirinha" para comprar um novo?

Mudar de hábitos não significa privar-se de coisas boas, mas sim livrar-se do que não é essencial ou necessário. E saiba que apenas fazendo a sua parte, aquelas pessoas que lhe estimam DE VERDADE compreenderão e poderão ser até influenciadas.


MAS AQUI VAI UM ALERTA:

O Desenvolvimento Sustentável é a única arma contra o consumismo. Vivendo num planeta capitalista, nos atuais moldes de desenvolvimento, abandonar o consumismo seria disseminar o desemprego, a fome e a miséria. NÃO, ISTO NÃO É UM ANTAGONISMO AO QUE ESTOU DIZENDO...


A população mundial está profundamente ligada ao consumismo. Sem ele não haverá vendas; sem vendas não há produção; sem produção, empresas fecham e demitem pessoas; pessoas demitidas não possuem dinheiro; nos centros urbanos, onde vivem 80% da população mundial, sem dinheiro não há comida; e sem comida...


As mudanças devem ocorrer imediatamente, mas com planejamento. Esta lâmpada inventada pelo Engenheiro Benito Muros pode ser uma "idéia" inicial, um ponto de partida na cabeça de todos nós.


Lembrando sempre:

Os resíduos sólidos e os 3 Rs da sustentabilidade com desenvolvimento.Reduzir, Reaproveitar e Reciclar.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Produção, consumo e sustentabilidade

Para você, assim como eu, simples usuário de celular, impressora, internet, word, excel ou algum aplicativo gráfico, algumas questões:

1. O que mudou no Windows desde o XP até o Seven? Além de mudanças visuais, estéticas, espaço e/ou memória ocupados, preço e nome, qual a mudança prática sentida, algo que facilitou muito sua vida? Pense bem, afinal foram 8 anos entre um e outro...




2. O que mudou nos últimos iPhones, tirando o tamanho, a resolução das câmeras, a capacidade de armazenamento ou a aparência? As mudanças fizeram com que as novas versões fossem absolutamente necessárias à sua vida?



3. Se você, assim como eu, utiliza-se de uma impressora jato de tinta, por exemplo, para imprimir trabalhos de escola ou faculdade, currículos, algumas fotos ou imagens, boletos bancários ou contas de água, sente-se atraído em comprar um modelo de "última geração", só porque tem uma resolução um pouco melhor, é wireless ou seus amigos possuem uma mais avançada?



4. Sabiam que os produtos eletroeletrônicos têm um determinado tempo de vida, independente da forma que os utiliza ou dos cuidados que se toma?

OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA: TEMPO CERTO PARA MORRER

Roberta Nunes
Por que os produtos eletrônicos quebram facilmente? Por que trocamos tanto de celular e existem várias versões deles?  Se parar de funcionar o que compensa mais, consertar ou comprar outro?
De um lado, a tecnologia vai se inovando e produzindo  produtos melhores, do outro os produtos vão sendo ultrapassados rapidamente trazendo consequências para o meio ambiente.  Contrariando as ações sustentáveis, estratégias de marketing e de incentivo ao consumo são propagadas, cada vez mais. O conceito de obsolescência programada, que é a prática intencional da indústria de diminuir a durabilidade dos produtos, une-se a outras iniciativas que fomentam as compras. Em países desenvolvidos, a vida útil dos eletroeletrônicos já caiu de seis para apenas dois anos, entre 1997 e 2005.



A grande oferta de produtos e a concorrência fazem com que se torne mais fácil e barato adquirir algo atual, mas será que o barato sai caro?  Todo o gasto, por exemplo, para a produção de um novo celular, inclui, entre outros fatores, a extração das matérias primas, o contexto social do local e dos trabalhadores envolvidos no processo, além do  impacto ambiental após a vida útil do celular. Uma hora ou outra os custos, seja dos recursos naturais, humanos ou materiais, vão pesar.

Vejam esta reportagem na íntegra em http://cientificojornalismo.wordpress.com/2013/03/01/a-obsolescencia-programada-de-cada-dia/ e o documetário "Obsolescência Programada" legendado com quase uma hora em


Pois é: sabem do que vivem os Bill Gates, os Steve Jobs ou os William Hewlett, só para citar alguns megaempresários conhecidos? CONSUMISMO.

O consumismo é um dos principais culpados pelo aumento da desigualdade social, uma vez que exclui aqueles sem condições de consumir e inclui aqueles que podem consumir desenfreadamente.
É responsável pela exorbitante quantidade de recursos naturais utilizados para realizar instrumentos de desejos desnecessários, ilusórios ou como credencial para estar no mesmo nível de pessoas do convívio.
Como também é responsável por 26 mil toneladas de resíduos por dia somente no estado de São Paulo (CETESB, 2013). Alguém aí acha que nossas cidades tão conurbadas (grudadas umas às outras) querem ceder 5200 metros cúbicos de terreno por dia (já compactado) para disposição desse lixo todo ??? E quais as consequências de tanto lixo acondicionado no mesmo local, sabendo que a maioria das prefeituras brasileiras ainda não extinguiram os lixões?

Os empresários e a mídia conhecem profundamente o psicológico do desejo humano e sabem que este não quer apenas o necessário... Se tiver condições, quer o supérfluo, mesmo que este custe um bom preço, que custe também cada vez mais recursos naturais e mesmo que seja fabricado por mão-de-obra em semiescravidão.

A mudança dos padrões de produção e consumo é uma questão abrangente e polêmica, que envolve as mais diversas áreas do conhecimento humano. Mas as informações estão aí, são públicas; não é possível mais alegar desconhecimento. Então cabe a cada um de nós sair de nossa zona de conforto e lutar contra esse engôdo chamado CONSUMISMO.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Transporte público de qualidade também é sustentabilidade

Um exemplo de desenvolvimento sustentável seria os governos estadual e municipal investirem na melhoria dos transportes públicos coletivos, incentivando os cidadãos a utilizá-los e desestimulando o transporte individual. 

Por que não o fazem? Por que essa é uma área tão atrasada? Será que há algum lobby por parte das indústrias e revendedoras automobilísticas? Ou quem sabe há o medo, por parte dos governantes de uma "debandada" de nosso estado e cidades por parte dos empresários, caso as vendas de veículos caiam drasticamente? 

E você, cidadão paulista e paulistano, ou de outras megalópole e metrópoles brasileiras, que vai trabalhar solitariamente em seu carro: Se o transporte coletivo fosse eficiente e de qualidade, deixarias seu carro na garagem?

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Recorde - Reciclagem de PET's à todo vapor

O uso de embalagens PET no Brasil começou em 1990, quando foram consumidas 7 mil toneladas, quase 50 gramas por pessoa no ano.
Em 1998, esse número subiu para 249 mil toneladas ou 1,5 quilo por pessoa. Hoje já consumimos por volta de 560 mil toneladas (quase 3 quilos/pessoa/ano), isto é, um aumento maior que 100% no consumo em apenas 15 anos, enquanto que a população cresceu 22% no mesmo período.
Para facilitar a visualização, uma garrafa PET pesa aproximadamente 50 gramas, portanto são cinco garrafas de 2 litros por mês para cada habitante, porém aqui contando com bebês, crianças, doentes internados, desempregados, políticos (ops), etc.

Vamos comemorar o recorde, porém vale lembrar que o consumismo está vencendo...

http://ciclovivo.com.br/noticia/brasil-recicla-mais-garrafas-pet-do-que-os-eua-e-a-europa


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Drenagem Urbana: Evitando o Caos I

Com certeza todos já ouviram falar do sistema de drenagem de um campo de futebol, pois o futebol é o assunto mais popular do país. É possível que toda a população saiba que, quando ocorre uma chuva torrencial durante uma partida, a expectativa é de "que a drenagem do gramado funcione" e o excesso de água não paralise o jogo ou, em casos extremos já ocorridos, seja suspenso e/ou transferido para outro dia.
Mas o que seria exatamente "que a drenagem do gramado funcione"?

De acordo com a revista Infraestrutura Urbana (Ed.Pini/2013):

"Os campos profissionais de futebol são munidos de sistemas de drenagem para evitar que fiquem encharcados, favorecendo as condições de jogo e prolongando a conservação do gramado."

Outra explanação, agora do sítio Fórum da Construção:

"O grande problema que ocasiona a diminuição da jogabilidade são as poças d’água, ou seja o encharcamento dos gramados ocasionados pelas águas das chuvas, como se observa nas figuras 1, 2 e 3. Esse problema é muito comum no Brasil, devido ao clima equatorial tropica,l que é caracterizado por temperaturas elevadas e grande intensidade de chuvas, sendo esta última, muitas das vezes responsáveis por cancelamentos de jogos, causando transtornos a torcida e expectadores e até mesmo atraso nos campeonatos disputados."

Exemplo da extratificação do solo e infraestrutura de drenagem.
Pode-se notar que o princípio de funcionamento é simples, formado por tubulações
perfuradas que direcionam as águas das chuvas.

Mas a Drenagem Urbana é um ainda desconhecida entre a população em geral, apesar de ser um assunto corriqueiro e que frequentemente aparece estampado em jornais e telejornais.
Nesta publicação abordarei um problema muito conhecido que é derivado de uma drenagem precária: As Enchentes Urbanas.

As enchentes em áreas urbanas nada mais são do que o resultado, em parte, da falta de educação da população e, em grande parte, da falta de planejamento daqueles governantes que um dia "passaram" pelas cidades e escolheram apenas urbanizá-las, desenvolvê-las, tomando-as por prédios, shoppings, ruas e avenidas, licenciando construções em qualquer lugar sem um plano. O resultado disto é a IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO.
A impermeabilização do solo impede que toda a água precipitada em forma de chuva se infiltre na terra, acabando por escoar superficialmente, isto é, pelas ruas e avenidas. Então, para direcionar toda essa água rapidamente para longe das vias públicas, criou-se o sistema de drenagem urbana, composto em resumo por sarjetas, bocas de lobo e galerias. Com isso, a velocidade desse escoamento tornou-se muito maior do que a velocidade dos rios, que recebem todo esse volume drenado. Resultado: o rio transborda.
Isso é um processo natural e todo rio necessita de uma área chamada de “área de inundação” para onde a água escoará. Aqui que se encontra um dos grandes problemas das enchentes e alagamentos nas cidades: essa área de inundação, em muitas cidades, não foi respeitada e muitas pessoas ergueram suas moradias onde o rio naturalmente irá transbordar e alagar as casas.

A tubulação de chegada das águas drenadas das chuvas fica em um nível muito abaixo da superfície do rio. Com o transbordamento, a água voltará pelas tubulações de drenagem até determinado ponto (cota); se a água não escoar com a mesma rapidez que a chuva precipita do céu, a tubulação encherá até o momento em que a água sairá pelas bocas de lobo, represando-a nas ruas.

Não confundir boca de lobo com bueiro; a própria mídia divulga o nome incorreto do componente. Veja as diferenças:

Bocas de lobo são as entradas das galerias de águas pluviais (águas de chuva).

Bueiros são tubulações que escoam as águas pluviais ao ponto de desaguamento.

Some-se à impermeabilização que a maioria da população das grandes cidades ainda joga lixo nas ruas entupindo os sistemas de escoamento projetados pelas prefeituras, e temos um quadro típico do período de chuvas no Brasil: dezenas de cidades alagadas, prejuízos econômicos, pessoas desabrigadas e aumento de casos de leptospirose, entre outros.


Como diz o artigo do sítio InfoEscola, escrito por Caroline Faria, "(...) a questão das enchentes no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo onde haja falta de planejamento, deixa de ser uma questão puramente ambiental (de condições de precipitação, ou vazão de corpos d’água) e passa a ser também, social, econômica, estrutural e até mesmo política".

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Empresa desenvolve camisa que dura 100 dias sem lavar, para poupar água e dinheiro


A camisa é um dos itens do vestuário masculino que mais costumam bater ponto na máquina de lavar. Ao contrário de outras peças, como calças e blazers, um único dia de uso pode ser suficiente para deixá-la em mau estado, sem possibilidade de ser usada novamente. Já calculou quanta água, energia, sabão e dinheiro são gastos nesse processo?
Pensando em resolver esses problemas, e otimizar a durabilidade da roupa, a startup americana Wool&Prince afirma ter desenvolvido uma camisa que pode ser usada por até 100 dias sem precisar lavar. Na prática, três lavagens por ano seriam mais do que suficientes.
Para provar que isso é possível, a empresa convidou 15 pessoas de várias partes do mundo para fazer a prova dos “100 dias”. Cada uma deveria usar a mesma camisa todos os dias e sem mudar a rotina. E o próprio criador da roupa resolveu fazer o teste.
Além das atividades comuns do dia-a-dia, como ir ao trabalho, ao supermercado ou sair para beber com os amigos, ele usou a camisa em situações que estimulam a produção de suor. Participava de maratonas, brincava de forma eufórica com animais de estimação em casa, chegando a rolar no chão, e ainda se acabava de dançar em baladas à noite – sempre com a mesma camisa.
O resultado? Segundo a empresa, nada de cheiro ruim, nada de amassados, nenhum sinal de que a camisa fora usada tantas vezes. A tecnologia por trás dessa proeza não é conhecida em detalhes. A empresa revela apenas que a camisa é feita de material mais resistente que algodão e que é composto por fios de lã superfinos, usados pela indústria da moda de luxo.
De acordo com a W&P, o tecido de fios de lã teria a capacidade de absorver o suor ( que depois evapora no ar) mais rápido que o algodão. Outra vantagem, segundo a empresa, é que a camisa feita com o material especial também se recuperaria mais rápido de amassados.
Viabilidade comercial
A supercamisa, que demorou seis meses para ser criada, ainda não está disponível no mercado. Para conseguir isso, a Wool&Prince busca fundos no Kickstarter, um site de financiamento coletivo que busca apoiar projetos inovadores. Em apenas oito dias, o projeto arrecadou 167 mil dólares de mais de 1000 pessoas, sendo que o objetivo era apenas de 30 mil dólares. A arrecadação vai atá dia 22 maio.
Fonte: Exame Abril

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Casca de banana pode descontaminar águas poluídas com pesticida


Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) identificou que a casca de banana pode ser utilizada no tratamento de água contaminada pelos pesticidas atrazina e ametrina. Pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) fizeram testes com amostras coletadas nos rios Piracicaba e Capivari, no interior do estado de São Paulo, que comprovaram a absorção de 70% dos químicos pela casca. Embora ainda não comprovada a toxicidade desses pesticidas em seres humanos, a utilização de ametrina é proibida nos Estados Unidos por ter provocado mutação em espécies aquáticas.


"Já existiam outros estudos de uso da casca para absorção de metais, como urânio, cromo, então veio a ideia de utilizá-la para os pesticidas. A atrazina e a ametrina são muito utilizadas aqui na região [de Piracicaba] nas plantações de cana-de-açúcar e milho. Constatamos uma boa absorção também desses compostos orgânicos", explicou à Agência Brasil a pós-doutoranda Claudineia Silva, uma das pesquisadoras envolvidas com o trabalho. Os químicos, ao serem utilizados nas lavouras, contaminam indiretamente os rios.

Para que seja utilizada como agente de descontaminação, a casca da banana, que pode ser recolhida inclusive no lixo, é ressecada ao sol por uma semana ou em estufa a 60 graus Celsius (°C), o que diminui o tempo do processo para um dia. Após a secagem, o material é triturado e peneirado para formar um pó para ser despejado na água. "(Em laboratório) variamos a quantidade de casca de banana, tempo de agitação e verificamos quais seriam as melhores condições para conseguirmos o melhor resultado", disse Claudineia.

A casca da banana corresponde de 30% a 40% do peso total da fruta. A presença de grupos de hidroxila e carboxila da pectina na composição na casca é que garantem a capacidade de absorção de metais pesados e compostos orgânicos.

A pesquisadora disse que até o momento foram feitos testes somente em laboratório, com pequenas quantidades, e que seria necessário fazer testes piloto para atestar a eficácia em grandes proporções. "Encerramos a primeira etapa. A proposta é continuar com o trabalho com um volume maior de água, 100 litros em um tanque por exemplo, pôr casca de banana e ir monitorando a absorção", disse.

A nova etapa possibilitaria que a casca de banana pudesse ser utilizada como descontaminante em larga escala. "É um mecanismo de baixo custo", disse. Silva aponta que, futuramente, o ideal é que essa descoberta seja utilizada em estações de tratamento de água. "Descartar toneladas de casca de banana nos rios iria gerar poluição e talvez uma contaminação em cadeia. A casca absorve do rio, o peixe come e a gente come os peixes", explicou.
De acordo com a pesquisadora, atualmente, a atrazina e ametrina são retirados da água por meio de carvão ativado. "É um custo maior, considerando que a casca iria para o lixo", disse.


Fonte: http://www.agrosoft.org.br/agropag/225084.htm

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Resíduos Sólidos - Visita ao aterro sanitário da Essencis em Caieiras


O aterro sanitário da Essencis em Caieiras/SP é hoje o maior da América Latina, em tamanho e recebimento, possuindo capacidade para mais de 3,5 milhões de metros quadrados de rejeitos de coleta urbana, sendo 65% provenientes da cidade de São Paulo, e o restante de 14 municípios.

Acolhe diariamente mais de 500 carretas trazendo 7.000 toneladas de resíduos (média), com os maiores picos ocorrendo nos finais de ano, chegando a 10.000 T/dia, empregando hoje 234 funcionários diretos e 198 indiretos.

O local onde está hoje instalada era uma área pertencente à Companhia Melhoramentos de Papel e Celulose, que a utilizava para o replantio de eucaliptos. A Essencis a adquiriu e, posteriormente, conquistou a licença de uso para o período de 30 anos.

De acordo com o funcionário, provavelmente a utilização da área se esgote antes mesmo do final dessa licença devido ao aumento da geração de resíduos. Ele alega, sem base de dados, que tal acréscimo deve-se ao fato da melhoria das condições e do poder aquisitivo da população em geral, e menciona ainda que, caso a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos, já comentada em outra postagem) seja realmente cumprida, o aterro pode ter sua vida útil ampliada em até 10 anos. Os funcionários do aterro contam com um serviço de lavanderia, obtendo diariamente seu uniforme de trabalho diariamente substituído, lavado e esterilizado.



Impermeabilização e utilização do solo

A escolha do local para este empreendimento considerou algumas configurações estratégicas: fundo de vale, distância de áreas urbanas, longe de lençóis freáticos, nascentes ou leitos de rios.
Para a impermeabilização (figura 1), vital contra a lixiviação ou percolação de chorume com riscos ao solo e/ou águas subterrâneas, foram adotados os seguintes procedimentos:

A)  Deposição e compactação de solo nativo, camada de 3 metros;

B) Deposição de argila, camada de 1,5 metros;

C)  Colocação de manta com geocomposto por Bentonita, esp. de 3,5 mm;

Figura 1 - Preparação do solo para recebimento dos resíduos

D) Colocação de manta com geomembrana em PEAD, sobre a manta anterior e nos taludes, sendo aterrada nas bordas para evitar seu escorregamento. Esta camada entra em contato com a água e enrijece-se.

E) Manta de geotêxtil permeável, que protegerá a camada anterior da ação das britas posteriores;

F)    Brita para drenagem;

G) Tubulação horizontal de PEAD, com suave inclinação e perfurada, utilizada para a drenagem do chorume, direcionando-o até as lagoas;

H) Outra camada de manta geotêxtil, visando à proteção da tubulação e evitando o entupimento dos furos;

I)    Brita para a drenagem

J) Neste ponto sobem gradativamente, à medida que vai havendo deposição dos resíduos, uma tubulação vertical em concreto, inicialmente perfurada, circundada por gabião para assegurar sua estabilidade. Neste estágio, o gás é queimado ainda no local, enquanto a tubulação não estiver conectada à tubulação que seguirá à planta;

Figura 2 - Modelo em maquete da estratificação do solo após
a finalização da área (encerramento da cota). Pode-se ver o
dreno dos gases gerados desde a primeira camada até a superfície.

É sobreposta e compactada uma camada de solo nativo, alternando com as camadas de lixo, minimizando ainda mais a liberação de gases e odores, e mantendo os resíduos efetivamente confinados.

Chorume


Todo o chorume drenado é direcionado para duas lagoas, das quais uma permanece apenas em stand by para questões emergenciais (figura 3). São gerados cerca de 40 a 50 m³/hora de chorume , o qual é enviado à SABESP para tratamento juntamente com o esgoto doméstico.

 
Figura 3 - Tanque de desague do chorume

Gases


O gás gerado na decomposição não é aproveitado, procedendo então sua queima para minimizar o impacto ambiental.

Figura 4 - Queimadores de gases

De acordo com o Protocolo de Kyoto e posteriores, a queima desse gás gera créditos de carbono. Existe um contrato entre a Essencis e uma empresa estrangeira para a venda desses créditos, cuja demanda de emissão estima um total de 3,2 milhões de toneladas em créditos, sendo que seu preço por tonelada vem se valorizando desde o início do contrato. Tal estratégia foi suficiente para pagar a construção da planta, passando a auferir lucros desde então. Futuramente haverá a construção de uma usina termoelétrica para aproveitamenteo deste biogás, em substituição à usina movida por óleo diesel, que consome cerca de 900 litros/hora de óleo. Possivelmente o contrato de crédito será renovado.

Encerramento da cota


Encerrada a cota e a fase, o correto seria fazer a composição inversa do solo (palavras do funcionário). 
Após 30 anos de licença ou esgotada a capacidade de uso, a empresa estará obrigada a permanecer monitorando a área quanto aos gases e chorume por mais 30 anos. Um projeto deverá ser adotado, após o encerramento: a construção de parques, áreas verdes, etc.

Nota: À título de esclarecimento, encerramento da cota, neste caso, é a altura pré-estabelecida que deverá atingir o aterramento antes do recobrimento.


Chegada dos Resíduos


Os rejeitos desse aterro são depositados pelos caminhões nos taludes (laterais do aterro), evitando assim que estes passem sobre o depósito.
Este setor é subdividido em módulos cujos resíduos são controlados e monitorados na entrada do aterro, anotando-se a composição. Deste modo será possível, em caso de identificação, por análise, de substâncias não qualificadas a este tipo de aterro, chegar à origem de cada módulo.

Figura 5 - Descarregamento de resíduos no talude do aterro

Há uma balança na entrada do aterro, onde os caminhões são pesados na entrada. Para apontar o peso total dos rejeitos, basta abater dessa pesagem o valor da tara do veículo. Segundo o técnico Sidnei, o preço médio é de R$ 50,00 por tonelada de lixo.
Para os funcionários que trabalham neste setor, o uniforme é descartável.


*Visita técnica realizada no 1º semestre de 2012


Até a próxima postagem.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Excelente matéria sobre os conflitos em torno da Água

A água deu origem ao planeta e aos seres vivos...

Ela está presente em cada processo de transformação do planeta, seja ele natural, como no seu próprio ciclo necessário à vida; seja artificial, como nos processos industriais; e por que não dizer, seja ele religioso, como nos batismos e unções.

Com o consumismo desenfreado, o crescimento populacional exponencial e a degradação de cursos d'água, sua disponibilidade potável está diminuindo. Em alguns países praticamente não existe mais.
O vídeo abaixo foi veiculado em 24/10/2012 no programa "Matéria de Capa", sob o título "As Guerras da Água".
Vale a pena dispensar 28 minutos nesta excelente matéria da TV Cultura, conhecidíssima pela qualidade jornalística.


Um abraço!

sábado, 6 de abril de 2013

Atraso na implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos é preocupante.

De acordo com o Governo Federal:

"Cada brasileiro produz 1,1 quilograma de lixo em média por dia. No País, são coletadas diariamente 188,8 toneladas de resíduos sólidos. Desse total, em 50,8% dos municípios, os resíduos ainda têm destino inadequado, pois vão para os 2.906 lixões que o Brasil possui. Em 27,7% das cidades o lixo vai para os aterros sanitários e em 22,5% delas, para os aterros controlados, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE)."

A lei 12.305/2010 instituiu o mais moderno plano para gerenciamento de resíduos urbanos do mundo.
Ela veio disciplinar a coleta, o destino final e o tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, entre outros.

"A lei estabelece metas importantes para o setor, como o fechamento dos lixões até 2014 - a parte dos resíduos que não puder ir para a reciclagem, os chamados rejeitos, só poderá ser destinada para os aterros sanitários - e a elaboração de planos municipais de resíduos. Para garantir o cumprimento do que está estabelecido na PNRS, está em fase final de estruturação o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. O Plano, que esteve em consulta pública até dezembro de 2011, deve ser finalizado no primeiro semestre de 2012", segundo Silvano Silvério, diretor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério de Meio Ambiente.


















Em entrevista ao sítio "Mercado Ético" (http://mercadoetico.terra.com.br), Leandro Eustáquio, gerente do Departamento Ambiental do Escritório Decio Freire & Associados e professor de Direito Ambiental do IEC-PUCMINAS, comenta:

"A Lei 12.305 estabeleceu o prazo de dois anos para que os municípios elaborassem o respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Esse prazo terminou há quase seis meses, em 2 de agosto de 2012. E a elaboração do plano municipal é condição para que não apenas os municípios, como também para o Distrito Federal e os Estados tenham acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. Ou seja, quem não fez o plano no prazo previsto está perdendo dinheiro! Não pode ser esquecido que 2012 foi ano de eleições Municipais. Prefeitos e vereadores estavam envolvidos com todo o processo eleitoral. Isso foi um equívoco do legislador. Ele poderia ter se antecipado e evitado qualquer desculpa nesse sentido, de que foi ano eleitoral e por isso a exigência não pode cumprida".

Uma reportagem de 20/03/2013 no sítio da Agência Brasil, empresa de comunicação do Governo Federal, responsável inclusive pelo programa "A Voz do Brasil" posiciona oficialmente a situação atual:

"Brasília – Moradores dos mais de 5 mil municípios do país e representantes do governo e da iniciativa privada começam a discutir, a partir de hoje (20), quais as principais medidas, dificuldades e demandas para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil. As propostas devem ser concluídas até agosto deste ano quando serão discutidas pelos governos estaduais".

[...]

"Em outubro todas as contribuições da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente serão consolidadas em um encontro nacional. A proposta do governo com a iniciativa, que, pela primeira vez vai abrir espaço para que organizações da sociedade civil também apresentem sugestões em uma página na internet (www.conferenciameioambiente.gov.br), é criar as condições necessárias para que a lei saia definitivamente do papel".

Meu comentário:



Os lixões são focos de doenças, muitas delas fatais, e são frequentados, além dos ratos, moscas varejeiras e urubus, por pessoas empurradas por suas más condições sociais.


Mas este não é o único problema gerado por lixões...


Quem nunca colocou seus sacos de lixo na porta de sua casa, aguardando a coleta pública? Quantas vezes aconteceu da embalagem, caixa, saco plástico, etc. conter um vazamento e escorre um líquido viscoso, fétido e impregnante? Este líquido é o famoso "chorume". Ele é resultado do escoamento do líquido contido na porção orgânica (restos de alimentos, bebidas, etc.) já em decomposição do lixo doméstico. Nos aterros sanitários e nos lixões há um fator que potencializa a produção de chorume: as chuvas.

A coleta pública deve passar em sua rua em dias alternados, portanto a idade desse líquido derramado originado em seu lixo deve ter apenas dois dias. Agora veja:

Um estudo feito por César Augusto Moreira e Antonio Celso de Oliveira Braga, do  Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista e por Marco Antonio Fontoura HansenII, Universidade Federal do Pampa, Caçapava do Sul, teve como resultado a estimativa de "21 anos como tempo máximo de produção e percolação de chorume de valas com 1.600 m3 de resíduos sólidos provenientes de domicílios de um município com cerca de 17.000 habitantes, num contexto de solo argiloso".

Se em dois dias o seu lixo produziu aquela quantidade de chorume, imaginou milhões de toneladas o que produzirá em 21 anos?!



Além do chorume, os resíduos domésticos, que contêm essencialmente matéria orgânica, produzem  gases inflamáveis e altamente tóxicos, como o metano, muito mais danoso e perigoso do que o temido gás carbônico.
Há pouco tempo atrás um grande Shopping Center de São Paulo, o Center Norte, um dos maiores shoppings da América Latina, ficou fechado por determinação da prefeitura. Motivo: probabilidade de vazamento de gás metano.

O Center Norte foi construído sobre a área de um lixão que estava inoperante antes do seu aterramento e compactação. Quando de seu aterro, drenos (tubulações em forma de chaminé) foram instalados para que o gás gerado na decomposição anaeróbia (decomposição sem oxigênio) fosse extraído e dissipado para o meio ambiente, evitando seu acúmulo no subsolo, o que poderia gerar uma explosão.
Naquela época, meados de 1970, a preocupação com o aquecimento global ou com a camada de ozônio era direcionada a outras atividades, por isso a liberdade em drenar para a atmosfera todo o gás metano produzido.

Os lixões foram concebidos sem nenhuma preocupação com seus danos ao meio ambiente, por isso seu fechamento encerraria vários problemas de ordem pública, seja saúde, meio ambiente ou segurança de estruturas em seu entorno, com é o caso do Center Norte e outras construções erguidas sobre esses locais.

Eu visitei no ano passado um aterro sanitário cujos resíduos são oriundos inclusive da cidade de São Paulo. Na próxima postagem falarei sobre a visita e sobre as possibilidades dos aterros sanitários, inclusive com geração de lucros.

Até mais.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Leroy Merlin lança Concurso Cultural “Sem Água Não Dá!”


Como mais uma iniciativa do seu Programa Construir e Sustentar, que defende e aplica conceitos de sustentabilidade em ações empresariais, sociais e ambientais, a Leroy Merlin desenvolve e proporciona mais um benefício ao meio ambiente e aos seus clientes. Com o objetivo de estimular e difundir a economia de água entre os participantes e usuários das redes sociais, a varejista promove agora o Concurso Cultural “Sem Água Não Dá!” pelo Facebook da Leroy Merlin Brasil, premiando os ganhadores com diversos vale compras no valor de R$200,00. Os cupons poderão ser utilizados em qualquer uma das 30 lojas da rede.
 
Para participar é muito simples. O usuário precisa apenas acessar o aplicativo na fanpage, aceitar o regulamento e enviar uma foto de sua autoria sobre o consumo consciente da água. “Quando se trata de sustentabilidade não pensamos duas vezes em desenvolver uma nova ação que possa beneficiar nosso planeta e, sempre que possível, diretamente nossos clientes. A maioria das pessoas está conectada por meio das redes sociais, portanto, pensamos em uma ação que tem tudo a ver com a filosofia da Leroy Merlin e que funcione de maneira prática e divertida, pois, além de preservar o meio ambiente, os clientes podem ter mais um benefício em suas compras” explica Cirlene Gonçalves, Gerente da Voz do Cliente Leroy Merlin Brasil. 
 
Programa Construir e Sustentar
 
O Programa Construir e Sustentar da Leroy Merlin tem como objetivo desenvolver um dos principais pilares da rede, a sustentabilidade. Por meio dele, a Leroy Merlin tem desenvolvido diversas ações e projetos que buscam desenvolvimento sustentável, desde a conscientização de seus colaboradores e venda de produtos ecossustentáveis, feitos a partir de materiais reciclados ou fabricados de modo que causem o menor impacto ambiental possível, até ações de responsabilidade social em benefício de comunidades e instituições locais, assim como a construção de lojas ecologicamente corretas, asseguradas pela Certificação AQUA, que garantem a Alta Qualidade Ambiental ao edifício através do reaproveitamento e economia de recursos naturais durante sua construção e funcionamento.
 
O Concurso “Sem Água Não Dá!” acontece até o dia 12 de abril. Os interessados podem acessar o link http://www.facebook.com/LeroyMerlinBrasil/app_137541772984354, fazer a inscrição, enviar uma foto e concorrer aos vale compras.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Água: Sabendo usar não vai faltar - II

Quase um terço da população da Terra, ou seja 2,2 bilhões de pessoas sofrem com a falta de água potável. Daqui a aproximadamente 20 anos serão 3,9 bilhões de pessoas com sede.


Figura 1 – Desigualdade no Acesso da População à Água Potável
Fonte: IBGE, 2003

A ONU - Organização das Nações Unidas estima que cada ser humano gasta em média 110 litros de água por dia em suas necessidades básicas, tais como preparo de alimentos, higiene, etc. O consumo varia entre 400 e 600 litros/hab./dia nos EUA e 1 litro/hab./dia, na Etiópia.

Graças a uma maior conscientização, mais e mais pesquisas vêm sendo feitas em busca de alternativas de melhor conservação dos recursos naturais do planeta. E um fato que está começando a ser levado em consideração é o de que também consumimos água apenas pelo simples fato de, por exemplo... comer(!). Essa constatação foi feita já há algum tempo pelo pesquisador e professor John Anthony Allan da Universidade de Londres, o que ele chamou de "água virtual" (virtual water) toda a água utilizada em processos industriais.

Quando tomamos uma taça de vinho estamos consumindo na verdade 120 litros de água que foram necessários à sua fabricação; e se o vinho for acompanhado por, digamos, uma fatia de queijo com 150 gramas, seriam mais 750 litros de água.
Suponha que, enquanto degusta um bom vinho e um belo pedaço de queijo, esteja lendo esta humilde postagem, goste e queira imprimir... Em cada folha de papel A4 utilizada foram gastos 10 litros de água!

Por conta deste estudo, o professor Tony Allan recebeu inclusive um prêmio do Stockholm International Water Institute, em 2008, pela relevância do trabalho e a denominação Água Virtual já vem sendo inclusive utilizada pela ONU. O estudo demonstra que a demanda por esse recurso natural é muito maior do que se imaginava e, em contrapartida, sua disponibilidade vem diminuindo.
De acordo com a agência Reuters, este instituto declarou que nos EUA uma pessoa média consome cerca de 7.000 litros de água virtual todos os dias, isto é, mais de três vezes o consumo médio de uma pessoa chinesa.

Soluções?


  • Educação e conscientização, tanto das populações quanto dos empresários e governantes.

  • Combate ao desperdício. Hoje em dia ninguém pode alegar desconhecimento, pois as regras todos sabem e são amplamente divulgadas. Por parte da população, evitar: banhos demorados, lavagem de calçadas com mangueira e usando água potável, etc. e etc. Para os governantes, reduzir ao mínimo as perdas existentes no serviço de abastecimento de água.

  • Aos empresários cabe uma grande fatia da sustentabilidade. O ato de reciclar ou de reusar é essencial. Quando reciclamos, por exemplo, latas de alumínio, estamos economizando todo o processo de extração da bauxita (matéria-prima) e a transformação desta matéria-prima mineral em matéria-prima industrializada, economizando água e energia; sem contar que estes resíduos, se reciclados, não irão parar em algum aterro sanitário onde levarão de 100 a 500 anos para se degradarem completamente.
Alguns links sobre o assunto 'água virtual':

http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/infograficos/info-agua-secreta-das-coisas.swf

http://www.angelamorelli.com/water/#.UUh9xCSEsXA.facebook

http://noticias.terra.com.br/ciencia/conceito-de-agua-virtual-aumenta-alerta-sobre-escassez,e6b41d40b8d6d310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

http://www.waterfootprint.org/?page=cal/waterfootprintcalculator_indv


Dúvidas ou sugestões? Entrem em contato.

Um abraço a todos!!!