LINK: Para o IPCC, é necessário agir antes de 2030 para limitar o aquecimento global a 2ºC
Muitas pessoas podem dizer: "Quanta arrogância! Um zé-ninguém colocar em dúvida a pesquisa científica de cientistas renomados...".
São Paulo vive, neste começo de 2014, uma onda histórica de calor em uma sequência poucas vezes ocorridas desde o início das medições oficiais no Brasil. A última onda destas proporções ocorreu em janeiro de 1999 mas ainda foi um pouco inferior a esta, portanto houve um precedente inferior ao atual.
Diante de eventos como este da onda de calor, a atitude mais sábia é estar aberto a outras opiniões, afinal nunca haverá verdades absolutas, principalmente quando o tema é a Natureza, onde a previsibilidade existe mas com margens de erro seculares. Mas do alto de toda essa minha ignorância, algumas constatações podem tentar explicar este fenômeno.
AQUECIMENTO LOCAL E ILHAS DE CALOR
Por exemplo, a região da Grande São Paulo, incluindo a Capital, é uma área absolutamente impermeabilizada onde a recarga de seus lençóis freáticos não são mais feitas como há 60 ou 70 anos atrás. Assim, toda a água das chuvas que cai escoa superficialmente TOTALMENTE POLUÍDA por graxas, óleos, resíduos diversos que as pessoas descartam nas ruas, etc., desaguando nos rios mais próximos e afastando a recarga natural para outras regiões.
Outro fato: São raras as árvores, gramados ou até mesmo sem o solo natural que possam reter ou conter alguma umidade e liberar, por evapotranspiração, umidade para nossa atmosfera. Em contrapartida, o asfalto e o concreto acumulam todo o calor diário e o devolve à atmosfera. Para ficar ainda pior o quadro, esta mesma atmosfera transformou-se em um grande escudo constituído de gases acumulados originados de escapamentos dos veículos e da chaminé de algumas fábricas, devolvendo o calor às cidades ao invés de permitir a sua diluição pela estratosfera, criando então o chamado "efeito estufa" e as chamadas "ilhas de calor".
A teoria do aquecimento global manifestada pelo IPCC e por seus cientistas adeptos teria este mesmo princípio, porém em escala planetária. Este fenômeno chamado de "Aquecimento Local" pode ser o grande responsável por estas temperaturas acima da média histórica.
Toda esta alteração dos ciclos naturais, principalmente do Ciclo Hidrológico, fazem com que as características desta região também se modifiquem e tornem-se ainda mais imprevisíveis.
Mas, o que está voltando à cena?
A falta de áreas verdes, a poluição de TODOS os rios urbanos das grandes capitais brasileiras, o excesso de lixo aliado à falta de locais adequados para seu acondicionamento e tratamento, o uso desenfreado de recursos naturais sendo guiado pela ganância e pelo consumismo exacerbado e desnecessário e a impermeabilização das cidades são algumas das atividades cuja população deve ter consciência antes que ela própria tenha que adaptar-se quase que instantaneamente às adequações da própria natureza ao mundo à toda esta degradação que vem sofrendo. Isto pode significar a morte para os menos privilegiados.
DESEQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA
Muito se fala sobre a caça ou a pesca inescrupulosa de animais e sobre extinção de uma espécie, mas pouco se explica qual o verdadeiro risco de toda essa predação.
Todas as espécies de um determinado ecossistema participam de uma determinada cadeia alimentar. Vejam este exemplo em matéria da revista Superinteressante (abril/1998):
- O plâncton animal se alimenta do plâncton vegetal, a fonte primária de energia no oceano.
- Um camarão come diariamente milhares de diatomáceas, as espécies mais comuns de fitoplâncton;
- O cardápio diário de um arenque se compõe de meio quilo de camarões e outros bichos pequenos que formam o plâncton animal;
- O bacalhau, para não terminar o dia com fome, precisa engolir três ou quatro arenques ou o equivalente em outros peixes;
- O tubarão branco, a fera mais temida dos oceanos, precisa comer no mínimo o equivalente a dois bacalhaus por dia;
Perceberam que há uma cadeia alimentar?
Agora imagine, por exemplo, se o camarão for extinto. Qual espécie acima seria o predador natural das diatomáceas (plânctons)? Nenhuma... Sem predador, haveria portanto um desequilíbrio e esta espécie cresceria exponencialmente, ao passo que o arenque morreria de fome ou teria que rever seu cardápio, adaptar-se, o que poderia não ocorrer em tempo hábil e entrar em extinção. Entrando em extinção, o arenque deixa de ser o prato principal do bacalhau, que mudará seus hábitos alimentares e irá atacar alguma outra pequena espécie, concorrendo com um outro provável predador, aumentando o consumo da espécie escolhida, o que poderá levar a existência desta última ao colapso e entrar em extinção levando consigo o bacalhau e os outros predadores naturais que porventura existam. Havendo escassez de bacalhau, o tubarão muda de dieta, etc. e etc.
Esta corrente existe entre todas as formas de vida do planeta. Sempre existiu. A quebra de apenas um elo pode desencadear um efeito colateral devastador, tanto para as espécies silvestres e selvagens, vegetais, animais ou celulares, quanto para o homem.
Algumas sugestões de vídeos e filmes:
O Grande Milagre (Trailer)
Wall-E (Trailer)
A História das Coisas (Vídeo completo dublado)
Ouro Azul - As Guerras Mundiais pela Água (Vídeo completo legendado)
A Era da Estupidez (Vídeo completo dublado - habilitar a legenda)
A História Secreta da Obsolescência Programada (Vídeo completo legendado)
Flow - Pelo Amor à Água (Vídeo completo legendado)
Educação Ambiental - Episódio 1 - Ecossistema e desequilíbrio ecológico (Vídeo aula em Português)