O descaso com que os governantes
paulistas têm tratado nossas reservas hídricas é tão grave quanto a atual
situação propriamente dita. Há precedentes de estiagem graves cujas
consequências sentimos até hoje, porém nenhuma atitude foi efetivamente tomada.
A imagem abaixo foi extraída de um estudo realizado em 2006 pelo Instituto Socioambiental,
que previu a atual situação:
A Política Nacional de Recursos Hídricos
– LEI Nº 9433/1997, vem sendo descumprida em vários artigos, como por exemplo,
os incisos I e III do artigo 2º:
I
- assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água,
em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
III
- a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural
ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
Some-se este descumprimento da lei ao sucessivo
descumprimento das promessas, eternamente reprometidas, de despoluição do rio
Tietê, às somas exorbitantes já gastas para esta despoluição desde 1993 e,
recentemente, aos mais de 80 milhões de reais gastos para a estrutura de
captação do “volume morto”.
Além de gastarmos bilhões de reais em
20 anos para despoluir SEM SUCESSO um rio morto e ainda gastarmos mais dezenas
de milhões de reais em uma grande “gambiarra” cujo motivo foi a falta de
investimentos e de planejamento na área de abastecimento, mesmo sabendo que tal
construção foi inútil, pois o reservatório tende agora ao ZERO ABSOLUTO, deixou-se
de investir em saneamento, por exemplo, o que pouparia custos com a saúde
pública.
Os reservatórios somados têm hoje
(24/07/2014) apenas 16,15% da capacidade total do sistema. Temeroso das
perspectivas, comecei um pequeno estudo com o intuito de verificar quais as
probabilidades de atingirmos o estresse total do Sistema Cantareira.
A figura abaixo foi retirada de uma
tabela que criei a partir de dados já ocorridos, médias e estiagens históricas,
todos oficiais:
Pode-se observar que, caso não seja tomada nenhuma atitude e se os índices de precipitação permanecerem escassos, o sistema entrará em colapso em meados de novembro/2014.
Agosto é, historicamente, o mês de maior estiagem do ano nas bacias do sistema PCJ, com média aproximada de 26 mm, enquanto que setembro possui média histórica aproximada de 55 mm. Para se ter uma ideia de como é este período, a média histórica para o mês de dezembro é de 202,07 mm e para janeiro é de 268,19. Este ano janeiro registrou apenas 97,42 mm, o que derruba um pouco a média histórica para o mês. Portanto, estamos em um ano de estiagem histórica, o que já aconteceu, como veremos abaixo, em anos não muito distantes:
Agosto é, historicamente, o mês de maior estiagem do ano nas bacias do sistema PCJ, com média aproximada de 26 mm, enquanto que setembro possui média histórica aproximada de 55 mm. Para se ter uma ideia de como é este período, a média histórica para o mês de dezembro é de 202,07 mm e para janeiro é de 268,19. Este ano janeiro registrou apenas 97,42 mm, o que derruba um pouco a média histórica para o mês. Portanto, estamos em um ano de estiagem histórica, o que já aconteceu, como veremos abaixo, em anos não muito distantes:
Precipitações históricas no mês de julho
Precipitações históricas no mês de agosto
Precipitações históricas no mês de setembro
Nunca é demais lembrar que estamos às portas das eleições e que, para uma democracia saudável, sem vícios ou longos reinados, mudanças são absolutamente essenciais.
Links:
Até a próxima...