Considero o Aquecimento
Global uma fraude. Em postagens anteriores deixei esta
minha posição muito clara, juntamente com os motivos de minha descrença. Porém,
algumas de suas supostas origens podem ser na realidade vilã em outros aspectos.
Observando os sistemas de
produção e consumo conclui-se que muitos desequilíbrios ambientais antrópicos
têm grandes possibilidades de transformar nosso planeta em um lugar inóspito
ou, para dizer o mínimo, poderão impedir que nossas futuras gerações tenham
algum conforto ou facilidade, restando-lhes apenas sobreviver. Por exemplo, poderá
haver o desabastecimento geral com o esgotamento de recursos naturais não
renováveis, tais como a água potável, o solo cultivável e os minérios. Isto sim
é possível.
Ademais, o aquecimento Global é
uma vedete: Leis são criadas, como a 12.187 de 2009 que instituiu a Política
Nacional sobre Mudanças Climáticas, superproduções cinematográficas, como O Dia Depois de Amanhã, são sucesso de
bilheteria, porém não existem campanhas tão massivas contra o CONSUMISMO.
A degradação do meio ambiente, a
extração desenfreada de recursos naturais e a utilização precária de
mão-de-obra, esta última em sua grande maioria com salários indignos ou até
mesmo fazendo uso de trabalho semi-escravo ou escravo desempenhados inclusive
por crianças, são resultados do estímulo da moda, do mercado e da propaganda os
quais criam carências, desejos e necessidades sociais efêmeras e fúteis, orquestrados
pelos grandes empresários na busca por maiores e melhores retornos financeiros.
Por falar em empresários, uma reportagem veiculada em 06.07.2014 no
programa Repórter Eco da TV Cultura, o
presidente do CEMPRE (Compromisso Empresarial Para Reciclagem), Victor Bicca Neto, afirma que a adesão à Política Nacional de Resíduos
Sólidos por parte deles (empresários) é precária, principalmente com relação à
Responsabilidade Compartilhada e à Logística Reversa, pois há a necessidade de
revisão da tributação tanto dos resíduos como matéria-prima quanto dos produtos
com eles produzidos, criando uma tributação diferenciada.
Sob
este contexto observamos que:
- As leis ainda são os principais
motivadores da consciência ambiental;
- Os empresários não possuem
iniciativa ambiental própria, a menos que esta resulte em aumento de vendas
(lucro) ou em redução de custo (lucro);
- Empresas como a Coca-Cola e a
Ambev, por exemplo, com belíssimos empreendimentos ambientais e hipnóticas campanhas
publicitárias não possuem qualquer responsabilidade social ou de saúde pública
sobre os efeitos colaterais de seus produtos. Ficarmos batendo palmas porque
sua garrafa PET possui uma pequena porção de PET reciclado não minimiza sua
gigantesca responsabilidade sobre o consumo de um produto extremamente
desnecessário à vida humana;
- Necessária se faz uma revisão
desta bitributação visando incentivar os empresários a adotarem a reciclagem e
o reaproveitamento sem que haja o repasse dos custos para os preços dos produtos,
contanto que sejam beneficiadas com isenção e/ou redução as empresas que, em
contrapartida, mantiverem apoio às pesquisas científicas de sustentabilidade
continuada e de saúde pública, esta última no sentido de promover a redução do
consumismo patológico;
- Empresas de tabaco são, além de
tudo, cínicas, tal como a Cia. Souza Cruz que possui uma seção em seu sítio
sobre suas ações na área de sustentabilidade, bem como possui também uma seção
com vários textos sobre os malefícios do cigarro (mea culpa) e cujas veiculações de propagandas foram proibidas
porque induziam ao consumo, sendo que o cigarro é OFICIALMENTE prejudicial à
saúde (basta ver os avisos nos maços de cigarros). Com todas essas restrições,
impostas a uma empresa ré confessa, o que falta para banir o fumo de nosso
país?
- A China é o maior fabricante e exportador
mundial de produtos baratos e sem qualidade;
- Anualmente são lançados dezenas de modelos de celulares, smartphones, notebooks e tablets cujas novas funcionalidades são absolutamente supérfluas ou uma versão melhorada daquela já existente antes;
- Cabe ao governo fiscalizar e
aplicar o Código de Defesa do Consumidor, a Lei de Crimes Ambientais ou outras
leis acessórias, punindo os abusos, as práticas de cartel, as propagandas
enganosas ou as que fazem apologia aos benefícios, vantagens ou poderes de
determinado produto, natural ou artificial, que não possui qualquer destes
atributos, bem como cabe à sociedade denunciar tais práticas e levar a público
suas denúncias.
Tenho certeza de que várias
pessoas tachar-me-ão de exagerado, beato ou pudico, cuja vida deve ser sem
graça... Ledo engano, pois sou um agnóstico deísta, adoro uma boa cerveja e um
bom uísque 12 anos (ou mais velho), não dispenso um bom churrasco e uma boa
massa, tudo sem exageros, claro.
Portanto, da mesma forma que há
sete anos deixei de fumar por livre e espontânea vontade, sem clínicas,
tratamentos ou adesivos milagrosos, vício este que me acompanhou por 26 anos, posso
reduzir ou até mesmo abdicar de alguns prazeres caso isto seja preponderante
para a perpetuação de nosso ecossistema.
Os recursos do planeta não são
infinitos. Hoje, 80% de seus habitantes consomem apenas 20% do total de
recursos naturais explorados no mundo, enquanto que as outras 20% dos habitantes
são responsáveis pelo consumo de 80% dos recursos. Mais de um bilhão de pessoas
passam fome ou não têm acesso ao saneamento básico, enquanto todos os demais
seres humanos já consomem 10% além da capacidade de auto-regeneração dos
recursos naturais do planeta. Se todos os excluídos fossem incluídos e
passassem a consumir como os norte-americanos, por exemplo, precisaríamos de mais
quatro planetas. Portanto, ou fazemos nossa parte ou continuamos neste
consumismo desenfreado, fazendo com que as próximas gerações juntem-se à estes
mais de um bilhão de pessoas, unidos pela fome, pela miséria e pelas guerras.
Para fazermos nossa parte não é
preciso se autoflagelar ou sofrer privações. Basta consumir com consciência, ter
personalidade para recusar superficialidades, sabermos discernir quais pessoas
nos reconhece pelo que somos, por nossas iniciativas, por nossa moral e não
pelo que vestimos, pelo carro que desfilamos ou pelo celular que ostentamos.
Como diria John Lennon: “...and
the world live be as one”
Links:
Repórter Eco / TV Cultura
Cia. Souza Cruz - Sustentabilidade
Cia. Souza Cruz - Fumo e Saúde
Mundo Educação - Consumismo
Agência Brasil - Consumo ultrapassou capacidade de renovação que a Terra poderia oferecer em 2013
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