quinta-feira, 25 de julho de 2013

Produção, consumo e sustentabilidade

Para você, assim como eu, simples usuário de celular, impressora, internet, word, excel ou algum aplicativo gráfico, algumas questões:

1. O que mudou no Windows desde o XP até o Seven? Além de mudanças visuais, estéticas, espaço e/ou memória ocupados, preço e nome, qual a mudança prática sentida, algo que facilitou muito sua vida? Pense bem, afinal foram 8 anos entre um e outro...




2. O que mudou nos últimos iPhones, tirando o tamanho, a resolução das câmeras, a capacidade de armazenamento ou a aparência? As mudanças fizeram com que as novas versões fossem absolutamente necessárias à sua vida?



3. Se você, assim como eu, utiliza-se de uma impressora jato de tinta, por exemplo, para imprimir trabalhos de escola ou faculdade, currículos, algumas fotos ou imagens, boletos bancários ou contas de água, sente-se atraído em comprar um modelo de "última geração", só porque tem uma resolução um pouco melhor, é wireless ou seus amigos possuem uma mais avançada?



4. Sabiam que os produtos eletroeletrônicos têm um determinado tempo de vida, independente da forma que os utiliza ou dos cuidados que se toma?

OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA: TEMPO CERTO PARA MORRER

Roberta Nunes
Por que os produtos eletrônicos quebram facilmente? Por que trocamos tanto de celular e existem várias versões deles?  Se parar de funcionar o que compensa mais, consertar ou comprar outro?
De um lado, a tecnologia vai se inovando e produzindo  produtos melhores, do outro os produtos vão sendo ultrapassados rapidamente trazendo consequências para o meio ambiente.  Contrariando as ações sustentáveis, estratégias de marketing e de incentivo ao consumo são propagadas, cada vez mais. O conceito de obsolescência programada, que é a prática intencional da indústria de diminuir a durabilidade dos produtos, une-se a outras iniciativas que fomentam as compras. Em países desenvolvidos, a vida útil dos eletroeletrônicos já caiu de seis para apenas dois anos, entre 1997 e 2005.



A grande oferta de produtos e a concorrência fazem com que se torne mais fácil e barato adquirir algo atual, mas será que o barato sai caro?  Todo o gasto, por exemplo, para a produção de um novo celular, inclui, entre outros fatores, a extração das matérias primas, o contexto social do local e dos trabalhadores envolvidos no processo, além do  impacto ambiental após a vida útil do celular. Uma hora ou outra os custos, seja dos recursos naturais, humanos ou materiais, vão pesar.

Vejam esta reportagem na íntegra em http://cientificojornalismo.wordpress.com/2013/03/01/a-obsolescencia-programada-de-cada-dia/ e o documetário "Obsolescência Programada" legendado com quase uma hora em


Pois é: sabem do que vivem os Bill Gates, os Steve Jobs ou os William Hewlett, só para citar alguns megaempresários conhecidos? CONSUMISMO.

O consumismo é um dos principais culpados pelo aumento da desigualdade social, uma vez que exclui aqueles sem condições de consumir e inclui aqueles que podem consumir desenfreadamente.
É responsável pela exorbitante quantidade de recursos naturais utilizados para realizar instrumentos de desejos desnecessários, ilusórios ou como credencial para estar no mesmo nível de pessoas do convívio.
Como também é responsável por 26 mil toneladas de resíduos por dia somente no estado de São Paulo (CETESB, 2013). Alguém aí acha que nossas cidades tão conurbadas (grudadas umas às outras) querem ceder 5200 metros cúbicos de terreno por dia (já compactado) para disposição desse lixo todo ??? E quais as consequências de tanto lixo acondicionado no mesmo local, sabendo que a maioria das prefeituras brasileiras ainda não extinguiram os lixões?

Os empresários e a mídia conhecem profundamente o psicológico do desejo humano e sabem que este não quer apenas o necessário... Se tiver condições, quer o supérfluo, mesmo que este custe um bom preço, que custe também cada vez mais recursos naturais e mesmo que seja fabricado por mão-de-obra em semiescravidão.

A mudança dos padrões de produção e consumo é uma questão abrangente e polêmica, que envolve as mais diversas áreas do conhecimento humano. Mas as informações estão aí, são públicas; não é possível mais alegar desconhecimento. Então cabe a cada um de nós sair de nossa zona de conforto e lutar contra esse engôdo chamado CONSUMISMO.

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